Taquicardia Auricular Focal

TAF é uma taquicardia originada por um único foco, pequeno, localizado nas aurículas mas fora do nó sinusal.

  1. FC > 100bpm; e
  2. Morfologia da onda P é diferente da onda P sinusal, é sempre a mesma (monomórfica), e varia de acordo com a localização da origem da taquicardia.
    1. No entanto,
      1. Se o foco for perto do NS, as morfologias podem ser semelhantes, tornando difícil o diagnóstico diferencial;
      2. Ondas P podem estar muito próximas ou sobrepostas aos complexos QRS, sendo difíceis de visualizar.
  3. As ondas P precedem os intervalos QRS; e
  4. Intervalo PR isoeléctrico;, e
  5. Ritmo, na maior parte das vezes, regular. Pode ser irregular, sobretudo no início e fim da arritmia; e
  6. Intervalo RP > que o intervalo PR (se não houver outras alterações no ECG, tais como BAV Mobitz 1 e 2).
  1. Idiopático
  2. Cardiopatia
    1. Fibrose Miocárdio
    2. Hipertrófica/dilatada
      1. Valvular
      2. Genética
      3. Hipertensiva
  3. Fármacos/Drogas (desencadeantes)
    1. Broncodilatadores
    2. Canabinóides
    3. Catecolaminas
    4. Descongestionantes nasais
    5. Estimulantes
      1. Cafeína
      2. Teofilina
      3. Cocaína
      4. Anfetaminas
      5. Álcool
    6. Digitálicos
  4. Aumento da pressão auricular
    1. Valvulopatia
    2. HTP
    3. HVE
    4. Descompensação de patologia pulmonar
  5. EAM
  6. Infecção
  7. HipoK
  8. Hipóxia
  1. Estudo Padrão
  2. Ecocardiograma
  3. HOLTER
  1. O doente que se apresenta na consulta com Taquicardia auricular focal deve ser encaminhado para SU
    1. Nesta Taquicardia as manobras vagais são pouco eficazes, é geralmente necessário tratamento hospitalar e monitorização contínua.
  2. Após tratamento ou cessação do episódio agudo:
    1. Pedir MCDT e procurar e tratar eventuais causas subjacentes.
    2. Não é necessária anticoagulação.
    3. Se diagnóstico confirmado, sem cardiopatia (ex. ICDCI crónica, HVE, valvulopatia), episódios raros, de curta duração, e não desejarem ablação por catéter , recomenda-se:
      1. β-Bloq ou BCC não dihidropiridínicos na ausência de contraindicações. Se não responder a uma classe de fármacos após titulação de dose, substituir pela outra.
      2. Vigilância de sintomas e monitorização anual com MCDT.
    4. Os doentes com as características abaixo indicadas deverão ser encaminhados para consulta de Cardiologia. Enquanto aguarda pela consulta, e na ausência de contraindicações, medicar com β-Bloq ou BCC não dihidropiridínicos.
      1. Preferência do doente por ablação (1ª linha, geralmente eficaz e com baixo risco de complicações); e/ou
      2. Dificuldade no diagnóstico diferencial com outras Taquicardias; e/ou
      3. Cardiopatia (ex. ICDCI crónica, HVE, valvulopatia) conhecida ou de novo; e/ou
      4. Episódios recorrentes ou incessantes; e/ou
      5. Tratamento farmacológico ineficaz ou contraindicado.