Síndroma de Taquicardia Postural Ortostática

  1. Ocorre quando, 30 a 40 seg após passagem para ortostatismo, se verifica:
    1. Ausência de hipotensão postural (descida >20mmHg na pressão arterial sistólica); e
    2. Aumento da FC ≥30 bpm (≥ 40 bpm se jovem entre os 12 e os 19 anos); e
    3. Ritmo sinusal; e
    4. Sintomas (ex. palpitações, cefaleia, sensação de cabeça leve)
  1. Idiopático, sobretudo em:
    1. Mulheres
    2. Entre os 15 e os 25 anos
  2. Hipovolémia
  3. Anemia
  4. Hipertiroidismo
  5. TEP
  6. IC
  7. Feocromocitoma
  8. Estimulação hiperadrenérgica
  9. Neuropatia
    1. Diabética
    2. Desnervação periférica autonómica
    3. Disfunção do SNA
  10. Descondicionamento físico
  11. HTP
  12. Ansiedade
  1. Estudo Padrão
  2. HOLTER
  3. Outros, de acordo com suspeita clínica
  1. Encaminhar para SU se suspeita de causa grave (TEP)
  2. É a causa mais frequente de intolerância ortostática nos jovens. Ocorre sobretudo em mulheres, entre os 15 e os 25 anos.
  3. O diagnóstico deverá ser feito da seguinte forma:
    1. 5 minutos de descanso na posição supina, medição de FC com oxímetro de pulso.
    2. De seguida, doente em ortostatismo, medir FC com oxímetro de pulso. Verificar se sucedem os sinais e sintomas descritos na definição deste capítulo.
  4. Se dúvida no diagnóstico, ponderar referenciar para consulta de Cardiologia para confirmar diagnóstico com testes tilt ou exames invasivos.
  5. Numa primeira abordagem deverá ser feita anamnese cuidada e pedidos MCDT no sentido de descartar diagnósticos alternativos (ex. hipotensão ortostática), procurar e tratar a causas subjacentes. Tratada a causa, repetir MCDT para confirmar se há reversão da taquicardia.
  6. Se idiopático, tranquilizar utentes, prognóstico é benigno e cerca de metade dos doentes recupera espontâneamente ao fim de 1 a 3 anos. Nos doentes cujos sintomas são incomodativos, tentar:
    1. Medidas não farmacológicas:
      1. Melhorar forma física;
        • Exercício físico, de preferência supervisionado, 3 a 4 vezes por semana, pelo menos 30 a 40min cada sessão. Se dificuldade em praticar exercício, fortalecer primeiro os membros inferiores e gradualmente avançar para exercício em ortostatismo (ex. começar pela natação ou máquinas de remo).
    2. Se forte suspeita de hipovolémia e ausência de contraindicações, aumentar ingestão hídrica (2L a 3L água/dia) e de sal (8 a 12 g/dia de NaCl).
    3. Melhorar hábitos de sono;
    4. Ensinar medidas que possam minimizar sintomas:
      1. Contrair membros inferiores, cruzar as pernas, agachamentos de cada vez que tiver sintomas.
    5. Meias elásticas de alta pressão.
    6. Se as anteriores não forem eficazes, ponderar avançar para medidas farmacológicas:
      1. Midodrina, dose máxima 10mg 3id. Administrar durante o dia, quando o utente estiver em ortostatismo, porque pode causar HTA supina; ou
      2. Na ausência de contra-indicações, baixas doses de propranolol ou outro β-Bloq  não cardioselectivo.
    7. Encaminhar para consulta de Cardiologia se sintomas incomodativos apesar de medidas não farmacológicas e farmacológicas.