Taquicardia Ventricular Não Sustentada

  1. ≥ 3 batimentos consecutivos, de origem ventricular, e
  2. QRS > 120ms, e
  3. ≥ 100 bpme
  4. Terminam espontaneamente (sem paragem cardiorespiratória ou necessidade de cardioversão) em <30 seg.
  1. Cardiopatia
    1. Doença cardíaca isquémica
    2. Insuficiência cardíaca
    3. Cardiopatia hipertrófica
    4. Cardiopatia dilatada
    5. Doença de Chagas com atingimento cardíaco
    6. Sarcoidose com atingimento cardíaco
    7. Amiloidose com atingimento cardíaco
    8. Cardiomiopatia congénita
    9. Valvulopatias
    10. Cardiomiopatia arritmogénica do ventrículo direito
    11. Pós cirurgia cardíaca
  2. Patologia dos canais iónicos
    1. Síndrome do QT Longo
    2. Síndrome do QT Curto
    3. Síndrome de Brugada
    4. Taquicardia ventricular polimórfica catecolaminérgica
  3. Anomalias hidroelectrolíticas
    1. HipoK
    2. HiperK
    3. HipoMg
  4. Fármacos
  5. Fármacos/drogas
    1. Anestésicos
    2. Antiarrítmicos
      1. Adenosina
      2. Amiodarona
      3. Disopiramida
      4. Flecainida
      5. Ibutilida
      6. Procainamida
      7. Sotalol
      8. Propafenona
    3. Antineoplásicos
    4. Anticonvulsivantes
      1. Lacosamida
    5. Antidepressivos
      1. Citalopram
      2. Venlafaxina
      3. Bupropriona
      4. Trazodona
      5. Imipramina
      6. Desipramina
    6. Estabilizadores de humor
    7. Antipsicóticos
      1. Clorpromazina
    8. Agonistas β2
    9. Inotrópicos
      1. Digoxina
      2. Dobutamina
      3. Milrinona
    10. Inibidores da fosfodiesterase
      1. Teofilina
    11. Levosimendan
    12. Ginko Biloba
    13. Cocaína
    14. Metanfetaminas
    15. Fármacos que prolongam o QT (lista actualizada em https://www.crediblemeds.org)
  6. Sem cardiopatia associada – Idiopática
    1. Origem nas vias de saída
    2. Fascicular posterior esquerda
  1. Estudo Padrão com NT-proBNP se possível
  2. ECG
  3. HOLTER
  4. Ecocardiograma
  5. Prova de esforço
  6. Cintigrafia ou angioTC coronárias se alto risco CV e/ou suspeita de DCI
  1. Encaminhar para o SU se:
    1. TVNS em Holter ou ECG e: 
      1. Sintomas graves associados (ex. instabilidade hemodinâmica, síncope, agudização de IC, dor de características anginosas, alteração do estado de consciência); ou
      2. Suspeita de causa grave (ex. EAM/angina instável, distúrbios hidro-electrolíticos, tempestade tiroideia); ou
      3. História pessoal de síncope de características cardíacas; ou
      4. TVNS com FC >200bpmou
      5. TVNS polimórficaou
      6. Flutter ventricular; ou
      7. Episódios de TVS.
    2. Caso não cumpra critérios de ida ao SU, deve-se procurar activamente cardiopatia estrutural (sobretudo doença coronária) e/ou arrítmica. São necessários:
      1. História clínica (particular atenção a FRCV, comorbilidades, sintomas de cardiopatia isquémica, fármacos/tóxicos/suplementos, consumo de drogas e história familiar de morte súbita/cardiopatia);
      2. Pedir MCDT.
        1. Se exercício desencadear arritmia, aconselhar utente a cessar exercício até avaliação por Cardiologia.
      3. Optimizar terapêutica (ex. medicação de cardiopatia isquémica, antihipertensores, medicação de IC);
      4. Encaminhar para consulta de Cardiologia. Se tiver sintomas ligeiros (ex. palpitações), e não estiverem contraindicados por outros motivos (ex. amiloidose cardíaca, WPW), medicar com β-Bloq enquanto aguarda consulta de Cardiologia.