Bloqueio do Fascículo Posterior Esquerdo (Hemibloqueio Posterior Esquerdo)

Ao contrário do hemibloqueio anterior esquerdo, é extremamente raro – diagnóstico de exclusão. Mais frequentemente surge associado a BRD (bloqueio bifascicular).

Surge quando a actividade normal do sistema His-Purkinje (ramo posterior esquerdo do ramo esquerdo do Feixe de His) é interrompida ou está atrasada.

  1. QRS < 120ms; e
  2. Eixo cardíaco entre +90 ° e +180 ° (isto é, negativo em DI, positivo em DII e aVF); e
  3. Padrão rS em DI e aVL; e
  4. Padrão qR em DIII e aVF.
  1. Idiopático (muito raro)
  2. Doença coronária extensa (aguda ou crónica)
  3. Cardiomiopatias
    1. Chagas
    2. Hipertrófica/dilatada
  4. Miocardite
  5. Sobrecarga ventrículo direito
    1. Cor pulmonale
    2. HTP
    3. Doença pulmonar restritiva
    4. Etc.
  6. HiperK
  1. Estudo Padrão
  2. ECG
  3. Holter, se suspeita de patologia (ex. palpitações, síncope)
  4. Ecocardiograma, se suspeita de cardiopatia estrutural
  5. Ponderar outros MCDT de acordo com suspeita clínica (ex. Espirometria, TC tórax)
    1. Encaminhar para SU se:
      1. Bloqueio alternante  de ramo ou bloqueio trifascicular.
    2. Encaminhar para consulta de Cardiologia se:
      1. Associado a patologia neuromuscular/genética (ex. atrofia nervo peroneal, Kearns-Sayre, Lév, etc.), encaminhar para consulta de Cardiologia.
      2. Síncope  de provável etiologia cardíaca e ausência de outra causa, além do hemibloqueio, após história clínica ou MCDT, que melhor a justifique.
    3. O mais frequente é estar associado a BRD (bloqueio bifascicular), nesse caso agir de acordo as indicações desse capítulo.
    4. Nos restantes casos:
      1. Procurar activamente uma causa e revertê-la, se possível/desejável.
      2. Se for isolado (extremamente raro), assintomático e idiopático, geralmente é um achado benigno. Controlar FRCV, optimizar terapêutica, vigiar sintomas e repetir MCDT  se clinicamente justificado.

NOTA: para bloqueio bifascicular, ver BRD.